Executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br
Circulou pelos jornais e pela internet uma foto enriquecida
por engraçada montagem, mostrando a chanceler alemã Angela Merkel puxando a
orelha do primeiro-ministro europeu de um país que faz fronteira com a Espanha.
A foto tem vários significados e pode receber centenas de legendas: “vá fazer o
seu dever de casa!”, ou “por que não fez como eu fiz?”, ou “você está pensando
que eu vou fazer o mesmo que fiz com a Grécia?”. Há, também, o simbolismo da
inversão dos papéis: a representante de um país destroçado por duas guerras e
dividido após o fim da segunda, ensina lições aos vizinhos que, em tese,
poderiam estar em melhor posição.
Não quero, não posso nem devo entrar no mérito de questões
históricas e, muito menos, se o que ela (Alemanha) faz está correto ou não.
Falta conhecimento do palco, ou seja, não é a minha praia. Mas posso falar nas
voltas que o mundo dá, pois, pelo que sei, ainda não houve mudanças no que foi
ensinado lá atrás sobre os movimentos de rotação e translação do nosso planeta.
O “x” não exige fórmulas que causam dores de cabeça a estudantes e estudiosos.
Resume-se a um só ponto: andamos, andamos e voltamos ao mesmo lugar. Pode-se
dizer que determinados processos, associados ao movimento da terra, ainda não
perderam os seus postos: comer, descomer, comer de novo; nascer, viver e
morrer. Foi, é e continuará assim até o fim do mundo.
Falo (escrevo) olhando para o meu umbigo, digo, para o meu
país. Quanto tempo se perdeu, quanto dinheiro foi desperdiçado desde a época da
monarquia. Agora, mais recente, deixamos passar oportunidade de fazer um país
com boas estradas, bons aeroportos, com portos adequados para receber navios de
qualquer porte, para atuar em programas que não atraem investimentos ou para
jogar dinheiro fora em obras que não pagarão o capital investido. Tome-se como
exemplo as fábulas de grana que já foram e serão gastas em estádios que, após a
Copa, serão subutililizados. O que vai acontecer? Abandono, pedido de verbas
para reforma ou para cobrir buracos e o final da história todo mundo já sabe.
Deixemos a desesperança para depois. Cientistas preveem queda
na produção de batata, arroz e trigo, em função das mudanças climáticas. E já
dão dicas: o cultivo de bananas vai estar em alta e serão comercializadas a
preço de ouro. Um cacho de bananas vai valer mais que um hímen ou um barril de
petróleo, pode se prever. E nós, macaquitos, ficaremos em condições de puxar a
orelha de muita gente boa, inclusive para quem nos aconselhou a fazer o
contrário. Também ficaremos com o corpo e a cabeça fortes, aptos a fazer a
transferência do conteúdo das nossas mentes para um computador. Evidente que
muitas máquinas não suportarão a sujeira e vão pifar. Mas não adianta esquentar
a cuca antes da hora. Só daqui a 30 anos.
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